A garota de sobretudo, que caminhava a largos passos, dobrou a esquina, a rua coberta por um nevoeiro e nada se via, ela pensou ter ouvido um galho estalar, parou por um instante, olhou para trás e pôs-se a caminhar novamente.
Ela sabia o que estava por vir, mas não estava preparada para isso. Agora, a pequena garota via nitidamente o que a seguiria; desesperada, lágrimas escorriam pelo seu rosto “agora não adianta mais chorar”, pensou ela. Sem saber o que fazer, começou a correr, a rua logo iria acabar e ela sabia disso, sabia também que a única saída seria a floresta.
A floresta foi uma péssima ideia, estava cheia de poças de água, suas botas deslizavam na lama, nada se via. A criatura horrenda se aproximava cada vez mais dela, quase a tocava, seu desespero era imenso, suas pernas doíam, ela não aguentaria por muito tempo; por um breve instante, ela se distraiu e tropeçou. De repente, ela pôde ver a criatura que a olhava fixamente.
Seus olhos eram vermelhos e hipnotizantes, logo a garota já não tinha mais alma.
Autor: Anônimo.