Como reviver nossa chama por aprender? Como voltar a ser motivado a aprender? Porque no sistema educacional atual você pode dizer que aprende alguma coisa útil nele, provavelmente vai aprender muito mais coisas teóricas e suas metodologias do que coisas que você realmente vai usar e aplicar esse conhecimento. Mas isso não é tudo, na verdade não é nem um pouco propício para você quando você está tentando desenvolver curiosidade por aprender.
Muita gente quando está voltando das férias e principalmente quando está chegando perto das voltas as aulas, começam a ficar ansiosos com o ano letivo que vai vir, ficam tão ansiosos que prometem que vai ser esse ano que elas vão focar muito nos estudos, vão fazer todas as tarefas, todas as anotações, aprender tudo, revisar, só tirar nota máxima. E realmente, elas estão sentindo essa vontade de aprender. Mas aí algumas semanas passam ou alguns meses passam ou até mesmo se passa um ano, então você fala com essa mesma pessoa de novo e pergunta “e aí como você tá aproveitando a escola?” e a resposta pode te deixar desconcertado porque aquela energia inicial foi totalmente embora, aquela “excitação”, por assim, dizer foi totalmente destruída, desconstruída ou no mínimo desapareceu. Então a gente vê esse fenômeno acontecendo, pessoas que realmente querem aprender alguma coisa e pensam que elas realmente podem aprender bem alguma coisa na escola seguindo alguma estrutura que eles acham que pode realmente pregar alguma coisa em suas mentes. Eles acabam não se interessando mais pela matéria, eles acabam perdendo essa paixão por aprender, eles acabam não se interessando mais pelo o que está sendo mostrado durante as aulas, parando de gostar da metodologia que foram inseridos e desanimando.
O que eu estou querendo dizer aqui é, como a gente pode navegar de forma inteligente através desses obstáculos para que a gente consiga recuperar esse tipo de curiosidade, para que a gente consiga recuperar esse tipo de paixão por aprender, de reconquistar esse tipo de paixão que os gregos antigos tinham por aprender, a resistência aos pensamentos ortodoxos e aprender a pensar criticamente e se tornar realmente pessoas inteligentes, não só pessoas que conseguem memorizar fórmulas e fazer várias equações físicas ou um monte de equações matemáticas ou memorizar um texto, sem realmente entender o texto, entender as implicações da física, sem realmente aprender as implicações da matemática ou talvez apreciar a beleza da matemática e é sobre isso que iremos falar.
Então, temos um ponto central que temos que falar antes de achar qualquer solução para isso. A escola se trata somente de notas, esse é o ponto dominante de que todos os sistemas escolares se tratam. Tudo gira em torno de números, estatísticas, avaliações de desempenho. Então você é reduzido a um pedaço de estatística e isso é um fato. Você é reduzido a uma escala, você é reduzido a um objeto competitivo e você é objetificado no sentido de que você é comparado com todos esses outros alunos. Você está, de certa forma, sujeito a esse vasto mar de comparações. Esse é o fato atual com o qual estávamos lidando e não tem nenhuma maneira de lutar contra isso, nenhuma maneira de criticar ou reclamar disso ou até mesmo tentar acabar com isso. Mas o que podemos fazer é se conformar com o fato de existir um problema nesse modelo educacional. Essa não é a forma que as coisas deveriam funcionar, não é a forma que nós queremos quando falamos sobre educação, isso não é exatamente certo, algo parece extremamente errado sobre isso. Então a escola se trata de notas e essa é uma realidade que temos que aceitar, e não resistir a isso.
Então, dado que a escola se trata de notas, como podemos então liberar esse tipo de necessidade neurótica pelas notas, pelo ENEM? Liberar esse tipo de centro de gravidade? Liberar esse tipo de reação automática de sempre buscar notas? Uma suposição muito comum que os alunos têm quando chegam ao Ensino Médio é que se você for bem em todas as aulas, se você tirar 10 ou se você realmente tirar uma nota alta em todas as matérias, ou então você está pronto para a vida. Ou pior, se você não for bem na escola e não tirar notas boas, então você com certeza vai ser um fracasso na vida. Então há essa tendência básica para nós em basear nosso valores em cima disso, basear todo o nossa identidade própria, toda nossa auto-estima nesse trem de comparações, esse trem de competitividade (A própria competitividade natural dos alunos do Ensino Médio), esse trem de perseguição de nota cada vez mais altas e mais altas e mais altas e esse desespero por querer tirar a nota mais alta possível no ENEM. É esse o discurso dominante que está acontecendo dentro do sistema educacional formal e é essa a coisa dominante que quase todos os alunos estão tentando possuir, e é essa a coisa que está predominantemente substituindo a vontade de aprender. Vamos fazer uma suposição,se você tiver esse “dinossauro” gigante numa sala ocupando todo o espaço que você tem para pensar, ocupando todo o espaço sobre tudo que você está realmente tentando se tornar curioso e realmente tentando investigar, então de que forma você poderia se tornar realmente curioso? De que forma você realmente conseguiria ler um livro que você queira? De que forma você conseguiria realmente reviver a vontade de aprender? De que forma você assistiria algum documentário que te atraísse?Porque a sua mente está tão lotada por todas essa obsessão com notas, essa obsessão por estar buscando tirar a melhor nota no ENEM para não “ir mal” na vida. Você está baseando sua auto-estima, sua identidade própria, sua própria vida sobre essas coisas que no final das contas, não importam. É claro que você vai se sentir para baixo, é claro que você não vai se sentir curioso e é claro que você não vai dar a mínima para a matéria que você está aprendendo, porque toda a sua mente está ocupada com esse “dinossauro”, com esse conceito de que já já a vida tá batendo na porta e que você vai ter que estar preparado para fazer uma boa faculdade. Enquanto o resto da mente você se dedica ao entretenimento, dedica a um meio de fuga dessa realidade, a drogas recreativas ou a todas essas coisas disfuncionais, porque parece inevitável o fato de que escola é muito estressante, e você acaba ficando estressado com coisas que você não necessariamente se importa. De que forma você conseguiria ficar motivado? E é claro que você tem que achar um jeito de se desestressar, e é claro que você tem que se forçar, e é claro que essa vontade de aprender está perdida e você vai ter que achar uma “rota de fuga”.
Como eu sei disso? Porque eu também estou dentro desse sistema e uma coisa para enfatizar é que essa experiência é realmente real e eu realmente me simpatizo com quem vai entrar nesse jogo, porque é um jogo muito difícil de jogar e aquele “dinossauro” ocupando a sala está realmente ocupando todo o espaço da curiosidade para que o aprendizado não seja nada mais que uma atividade qualquer. E pior do que ocupar esse lugar da curiosidade é que a maioria das coisas que você aprende na escola, elas não são realmente úteis. Uma escola não te diz exatamente como lidar com qualquer tipo de relacionamento, não te dizem exatamente como aprender sozinho, não te dizem exatamente como manter um relacionamento saudável, ela não te diz exatamente como cuidar de suas finanças, elas não exatamente te dizem como lidar com as suas emoções, não exatamente te dizem a importância de tirar um tempo para si próprio, a importância de acomular experiências de vida, a importância de ter coragem, a importância de todos os conceitos de negócio: contabilidade; economia; filosofia; pensamentos mais centrados, e agora alguns conceitos da psicologia: desenvolvimento pessoal, bem estar pessoal. Todos esses pilares críticos que nós necessitamos para ter uma vida boa não são falados na escola. Se as escolas realmente conseguissem tirar esse dinossauro da sala e realmente te ensinar alguma coisa útil, ótimo, eles realmente estariam te conduzindo para viver feliz. Mas quanto mais eu estudo, quanto mais eu vejo esses conceitos, mais eu começo a acreditar que a maioria das coisas que eu estou aprendendo agora eu não vou exatamente usar no futuro. E as coisas críticas, como por exemplo: como se manter focado; como desenvolver capacidade mental para lidar com situações difíceis; como desenvolver uma mente “forte”; um caráter realmente rígido e forte, todas essas coisas que eu realmente não consigo encontrar em nenhum canto da escola, que eu não consigo falar com nenhum amigo ou até mesmo com ninguém além de meus parentes e então eu tenho que assumir o fardo de me auto educar, de puxar uma parte do dinossauro para fora da sala para aliviar um espaço da sala para que eu realmente consiga realmente ler um pouco mais, para que eu consiga realmente investir um tempo extra e recursos para comprar alguns livros, ler alguns livros, resumir alguns livros, manter esse bom hábito da leitura, todas essas coisas que tem que ser feitas de forma independente, visto que o sistema não realmente nos conduz a isso.
Aqui vai uma solução, o motivo pelo qual você está perdendo essa vontade de aprender não é um acidente, todos nós estamos perdendo essa paixão autêntica nossa em aprender, todos nós talvez estejamos perdendo essa vontade de aprender e que talvez não a tenhamos mais.
Então esse é realmente um apelo, um tipo de chamada para ação. Se você realmente não se importar com a vontade de aprender no final desta leitura, tudo bem. Mas se você se importa com a vontade de aprender, tenha a responsabilidade de se educar, tenha a responsabilidade de realmente ler um livro que você queira ler, de fazer algo que você queria fazer, priorize isso! Se a escola está te estressando, não estou falando de jogar toda a escola fora, nós ainda estamos nesse sistema, nós ainda estamos nesse século 21, então você tem que assumir a responsabilidade pessoal. Se você quiser ler um livro, se você está afim de correr atrás dessa curiosidade, que tal ler 30 minutos todas as manhãs sobre alguma coisa que você realmente se interesse? Que tal sacrificar um tempo das redes sociais, do videogame para que você possa realmente ir atrás de algo que você goste de fazer e não ficar falando que no futuro vai dar tudo certo porque se você não faz nada agora, imagina no futuro. Talvez aprender fotografia, tocar um instrumento, dançar, cantar, escrever, aprender sobre negócios, qualquer outra coisa que você queira. Sacrificar algumas coisas que você tem que sacrificar a fim de realmente recapturar essa coisa que nós erroneamente vínhamos perdendo. Que tal assumir a responsabilidade de ler livros sobre os conceitos mais importantes para ter uma vida boa? Ler livros sobre relacionamentos, os princípios do desenvolvimento pessoal, economia ou alguns livros de filosofia para te ajudar a ter momentos de realmente pensar sobre a sua vida e sobre as coisas em torno dela, ou alguns livros sobre conselhos que apesar de já não estarem em sua época ainda assim serem muito atuais, ou pouco sobre filosofia estóica ( que particularmente é uma das minhas favoritas) e coisas que realmente vão te ajudar durante a sua vida. Alguns conceitos eternos sobre negócios, por exemplo O Homem Mais Rico Da Babilônia, ou conceitos eternos sobre riqueza, sobre controlar as emoções. Que tal assumir a responsabilidade de lê-los por sua conta? Porque sua escola não está te ensinando isso. E que tal se desenvolver fisicamente ao invés de ficar vendo vários vídeos sobre isso? Bom então tome a iniciativa de aplicar os princípios que você aprendeu nesses vídeos.
TOME INICIATIVA SOBRE ESSAS COISAS QUE NÃO SÃO REALMENTE ENSINADAS NA ESCOLA!
Se você nunca fez algo que você queira antes, ENTÃO FAÇA, sem alguém te obrigar ou por esse dinossauro na sala. E no final, você tem que assumir a conta de reviver toda essa vontade de aprender, reviver o tipo de espírito renascentista e reviver esse espírito polímata (estudioso) E se tornar um gênio autodidata. Ser autodidata, aprender, sozinho, manter sua curiosidade ao longo de toda sua escola, ao longo de toda sua carreira, enquanto “navega” de forma inteligente através desse sistema trabalhoso em que você está dentro e passar a ver o fato desse sistema ser trabalhoso como um ato de criar seu caráter.
Então eu não estou falando sobre jogar fora tudo o que você está fazendo na escola, o que não é realmente prático nem possível para o seu crescimento pessoal mas “navegar” dentro do sistema e ver as atividades trabalhosas da escola como uma forma de construir seu caráter e de alguma forma integrar a auto educação nesse mix.
E então você tem toda essa ideia de curiosidade, auto educação, criação de caráter, criação de relacionamento sociais, leituras que realmente te agradam, leituras sobre psicologia, sobre filosofia, sobre como lidar consigo mesmo e de alguma forma integrar tudo isso junto e transformar você mesmo, em um polímata moderno. Então esse é só um convite para você ser autodidata, um convite para você se tornar um gênio autodidata, um convite para você evoluir a si mesmo, um convite para você capturar aquilo que vem sendo perdido a cada segundo…
E então, esse acaba se tornando um trato muito peculiar assinado agora.
Texto transcrito e modificado do “Why Isn’t Learning Enjoyable Anymore? – How To Revive Your Curiosity” do canal R.C. Waldun:
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=d96A793cmh8&list=WL&index=11