De: O romântico.

Para: A “pragmata”.

Fico feliz de você não ter tentado se dar ao trabalho de se despedir. Quando o navio estava indo e eu não te vi aqui, logo entendi que você não estava a fim de um adeus, você diz que não me ama, mas fui motivo de mil soluços seus e até lhe causei uma desidratação, o seu orgulho te prende, você não exibiu um falso amor, muito pelo contrário, você o sentiu de uma forma que nenhuma outra o fez.

Nunca mais se compare com a lua, querida, ela é fria e escura e essa não é a imagem que você me transmite, você foi uma estrela preciosa na minha vida iluminou tudo, da sua chegada a sua saída. Nossa primeira noite de amor foi como estar dentro da mais linda nebulosa, eu sou um homem muito sortudo, descobri o universo e ele se encontra nas curvas do seu corpo, na pinta da sua barriga e naquele maldito sorriso que você solta no meio de nossas brigas.

Logo descobri o que a senhorita aprontou no rio Itaquera, percebi que você não era uma pragmata, como dizia que era.

Acredito eu, Catharina, que você me ama, de uma forma estranha, mas ama, mente demais pra si mesma porque tem medo desse seu coração mole, a autossabotagem é evidente; minutos depois de eu pedir sua mão, com a cidade inteira presente, você foi lá e beijou o meu primo irmão, Vicente; coincidência? Não é, você, a cada segundo que passa tenta fugir de mim (o que é um desperdício, podiam ser segundos te beijando). Eu tenho o que mais te assunta: muito amor e vinho pra lhe dar, pare de se sabotar, querida, daqui uns meses eu volto e te farei tão feliz como você nunca foi antes nesta vida.

Ah… e aqui em Londres está tudo certo, tem muitos ingleses simpáticos, mas eu sinto muito sua falta e é improvável eu me perder por aqui nas ruas, pois já me perdi aí no Brasil, nesses seus olhos de mel que torturam meu coração capacho, me espere. Voltarei.

Autor (a): Anônimo.