O Clube de Regatas, Vasco da Gama, foi fundado no ano de 1898. Derivado das práticas esportivas do remo, juntos, elegeu às cores para representar o clube, que seria e preto o branco e vermelho, cor da cruz de malta, que está presente até nos dias de hoje; Ganhou esse nome em homenagem ao navegador Vasco da Gama, o qual representa um homem de muita coragem e ambição.
Coragem, aquilo que digo que seria o sinônimo perfeito para o Vasco, um time que nunca teve medo e muito menos vergonha de sua história.
Somente na década de 10, o clube passou a ingressar no futebol. Nada muito promissor, um nível muito abaixo do que os outros rivais estavam; Jogou a terceira divisão do campeonato carioca e em 1923 subiu a divisão que era chamada de série A, e ganhou, para surpresa de muitos que não acreditavam na sua capacidade.
Porém, foi muito mais que apenas um título carioca, foi uma vitória em cima do racismo presente na elite futebolística.
Atualmente, o racismo é algo muito discutido no meio do futebol e negros cada vez mais ganham espaços para mostrar sua voz. O Vasco fez história ao mostrar ao mundo toda sua luta.
O Vasco nunca teve o mesmo investimento que os grandes times do RJ e por isso, montou seus primeiro times, com pessoas de classe mais baixa. Operários, faxineiros, pintores e principalmente o povo negro.
Os grandes times, Botafogo, Fluminense, Flamengo, incomodados com a ascensão do time cruzmaltino, criaram uma liga chamada AMEA- Associação Metropolitana de Esportes Athleticos, e a única condição do Vasco participar dessa liga, era a exclusão de 12 jogadores, que segundos eles “não tinham condições para a prática esportiva”. A diretoria do Vasco, que já tinha tido o primeiro presidente negro da história, decidiu que não iria fazer parte da então liga, e manteria seus jogadores negros e pobres.
Por conta do indeferimento do convite, o Vasco teve que parar de jogar com os grandes e voltar a praticar o esporte entre os pequenos, por conta de seu princípio. E isso, foi onde muitas pessoas começaram a gostar e torcer para o Vasco.
O presidente da época disse que só voltaria a jogar com os grandes quando fosse maior que eles e isso aconteceu nos seguintes anos, onde após uma pressão popular, o Vasco foi aceito novamente à elite. Em 1927, construiu seu estádio, com ajuda dos próprios torcedores e assim nasceu o São Januário, aquele que muito se gloriam até hoje por ser o único clube no Rio de Janeiro a ter um estádio privado.
Os camisas negras, como eram chamados os jogadores na época em que o Vasco mais sofreu com o racismo, nunca vão sair da memória do torcedor vascaíno.
Em 1931, se tornou o segundo clube carioca a ser convidado para uma excursão na Europa. Os vascaínos visitaram Portugal e Espanha, e deixaram uma impressão favorável, com ótimas atuações e uma campanha de 8 vitórias, 1 empate e 3 derrotas, 45 gols pró e 18 contra. Também nesse ano, ganhou um impressionante clássico contra o Flamengo por 7×0.
De 1945 a 1947, ficou conhecido como aquilo que chamamos de “expresso da vitória”. O time vascaíno encantava todos e amedrontava os adversários, ganharam o estadual de 1945 de forma invicta, o que veio a se repetir no ano de 1947.
Em 1948, o Vasco foi o primeiro campeão invicto sul-americano, com umas das campanhas mais bonitas da história do clube. O time contava com craques como Ademir e Barbosa. O time venceu quatro partidas, empatou com o Colo Colo e chegou a final contra o River Plate. O Vasco fez um belíssimo jogo e se sagrou campeão em cima do River Plate, com o expresso da vitória.
Em 1950, o Vasco serviu de base para a seleção brasileira, que contava com 8 jogadores, mais o técnico Flávio Costa. Ao final da competição, a seleção ficou na segunda posição.
Em 1971, estreou aquele que depois se tornou o maior ídolo da história do clube, Roberto Dinamite, que em sua primeira partida, vindo do banco, marcou um golaço.
Em 1974, foi o primeiro time carioca a ser campeão brasileiro, vencendo o Cruzeiro por 2×1, dentro do Maracanã.
No ano de 1985, Romário estreou pelo Vasco da Gama como jogador profissional. Formado nas categorias de base do clube, o baixinho, tinha faro de gol e no time principal passou a formar uma dupla de ataque fatal com Roberto Dinamite. Nos anos de 86 e 87, os dois estiveram presentes na lista de artilheiros.
No ano de 1989, conquistou o bicampeonato dentro do Morumbi contra o São Paulo.
Em 1997, conquistou o tão sonhado tricampeonato em cima do time paulista, Palmeiras, com uma dupla de ataque incrível formada por Evair e Edmundo.
Em 1998, ano de seu centenário, o Vasco não deixou passar em branco o presente para o torcedor. Conquistou a América, com a Copa Libertadores. Liderado pelos atacantes Donizete e Luizão, o time da Colina assegurou o caneco em uma final em Guayaquil, contra o Barcelona do Equador. Com um placar de 2 a 1, o Gigante conquistou o torneio sul-americano no dia 26 de agosto daquele ano.
O time que completava 100 anos não parava por aí. Foi campeão estadual, levando a Taça Guanabara e a Taça Rio, o que eliminou a necessidade de um jogo final para decidir o campeão do estado.
Em 2000, foi campeão da Mercosul em uma virada histórica contra o Palmeiras, aquela que muitos dizem ser a virada do século, vencendo por 4×3.
Em 2006, o Vasco que já tinha iniciativa no futebol feminino, revelou a craque Marta, aquela que veio se tornar a maior jogadora de futebol feminino da história e, também eleita 6 vezes a melhor jogadora do mundo.
Mas nem tudo sempre andou tudo bem, as coisas no Gigante da Colina começaram a desandar e com isso isso veio três rebaixamentos para a série B.
Em 2008, foi a primeira vez que o clube caiu para a segunda divisão. Em 2009, voltou à elite do futebol, com uma reformulação e apoio de seu torcedor, que não deixou de lotar um estádio diante da passagem pela série B.
Em 2011, conquistou o título inédito da Copa do Brasil, diante do Coritiba. Depois de um jejum de 10 anos sem títulos nacionais.
Em 2013, aconteceu pela segunda vez, com umas das brigas mais tristes da história do futebol, entre a torcida do do Vasco e JEC. Retornou em 2014, mas logo em 2015, caiu pela terceira vez.
Diria que se não fosse pelo companheirismo da torcida, o Vasco não iria existir mais. Aqueles que sempre o defenderam, nunca o deixaram pra trás nos momentos difíceis e fizeram o Vasco se reerguer.
A torcida reflete atualmente na quantidade de sócios, contando atualmente com 127 mil sócios torcedores.
A história do Vasco é marcada por incompetência da diretoria e falhas, mas não deixa de ser umas das histórias mais emocionantes do futebol brasileiro, envolvido com todo o amor de sua torcida.
E assim, encerramos o primeiro especial de clubes, apresentando o Clube de Regatas, Vasco da Gama.