Marcas pela estrada,
O balanço de madeira imune ao vento.
Um escorrega que te leva para onde quiser,
Agora é vazio.


São marcas de um menino,
Por onde ele anda?
Uma bicicleta que enferrujou,
E uma ânsia pelo novo, que virou ansiedade.


Inocente garoto,
As mãos do tempo sempre se fecham.
É incansável, apenas memorável.
O futuro não se vende na banca.


O agora é passado, no pulo de uma amarelinha.
Na corrida do pega-pega, ele parou em outras ruas.
As linhas ficam tortas, sempre tremulam com o coração,
Viram sempre melodia, cordas de uma poesia.


Correntes não te levam ao mar,
O peito só responde às ondas que quebram nas pedras.
Os sonhos de criança, um pirata que fugiu pro horizonte.
Onde andam aqueles sonhos?


Pobre alma que apodrece,
Nas vielas do mundo, o menino estende a mão.
O sol sempre se põe, e quando a lua vem,
Solidão.


Como eu queria ser criança de novo,
Soprar o trevo que vai voar para sempre.
Quantas flores já murcharam no compasso de minha dança?
Perdi as contas.