EU: Olho para o espelho e ele me segreda tantas coisas. Toco-o e ele me toca, vejo-o e sem dizer uma única palavra ele me diz tantas coisas. Olho nos fundos de seus olhos e a semelhança é a mesma, vejo um garoto assustado, com medo do mundo, medo do novo… o que vem por ai? Um garoto diferente com medo de ser igual a todas as pessoas diferentes, tão diferentes que são até iguais. Sua mente, sua prisão, olhando pro novo sempre amarrado no antigo. Amarrado, preso pelas correntes de sua consciência. Amargurado, revoltado, ansioso por abrir uma janela e ver a luz lá fora, sem sair de seu quarto, com medo de ser julgado, medo de ser ele mesmo… mas anseia por não ser o mesmo. Coadjuvante de sua própria peça, coprodutor de seu próprio filme… NÃO!… não pode ser o fim… nem começou ainda, O que ele fez?
Garoto do Espelho: Olho nos fundos de seus olhos e a semelhança é a mesma. Garoto, levanta a cabeça. Medo do que? O novo é sempre uma benção, o igual é que me da medo!… o que vem por ai? Um garoto decente! O suficiente, não para os outros, para você! Sua mente, um pintor. Suas mãos, o pincel, o novo… um quadro! O passado? Um quadro vendido! Livre, sua consciência é um pássaro. Adocicado, apaixonado, ansioso por abrir uma janela e pular lá para fora, cansado de ficar no quarto, sem medo de inovar, sem medo de ser ele mesmo… ansioso pra nunca ser o mesmo. Ganhador de um Oscar. Diretor, da sua própria vida… SIM!.. e ainda não é o fim… tá no começo ainda, O que ele fez?
E no final… os dois sou eu.