Nem faz tanto tempo desde que mandei minha última carta ao senhor, mas como sabes, és confidente de meus mais profundos sentimentos e pensamentos.

Recentemente tenho pensado que o tempo é insuficiente. São tantas coisas para fazer, tantas coisas para viver, tantas coisas para sentir, que acabo fazendo coisa alguma. Ou será que eu que não sou suficiente?

Essa pergunta vêm me perseguindo desde minha primeira carta, ou talvez até antes disso. Nunca acho que sou boa o bastante em algo ou para algo. Nunca penso que poderei ser algo grande, que poderei impressionar alguém. Sempre tenho medo de fazer algo e acabar dando errado ou de decepcionar alguém.

Eu sei que agora o senhor deve estar dizendo “não pense assim”, mas é incontrolável. Há tantas pessoas talentosas no mundo, que acabo me comparando a elas. Espero que um dia, poderei parar de sentir esse aperto em meu coração e possa ter coragem de lhe encontrar, sem me esconder atrás de minhas simbólicas cartas.

Autora: Elisa Butsch — IFC Campus Brusque – 1° Info A.