Pequena rosa, porque tão espinhenta? Por que és assim? Me conte o que o mundo te deu para dar-lhe espinhos e presenteá-lo com sua beleza? O que te faz se defender assim?
Dona rosa, a senhora é filosofia pura. De longe és bela e delicada, de perto um compreensível fel, já que sua vida lhe pede isto, mas nunca perdendo sua beleza.

Sua estética me é compreensível. Obrigado por presentear os bens intencionados com a sua beleza, uma beleza sempre presente, uma beleza observativa, que sempre estará lá para maravilhar nossos olhos cansados da rotina. Mas seus espinhos me enternecem. A compreensão de que são necessários mas por causa deles nunca poderei me aproximar. Lá se vai uma bela amizade dona rosa, seria mesmo necessário tudo isto? Vivemos em um mundo que pede espinhos, mesmo que eu quisesse o contrário. Tão bela e ríspida, sabes quantas você afasta por isto? Claro que sabe e por isso te admiro.

Fostes criada assim, vieste ao mundo assim, mas e aqueles que desenvolvem espinhos durante sua vida? Ambos precisam, mas o seu é eterno e o deles não. Pelo menos não deveriam ser. Simplório pensar que ninguém deveria ter espinhos dona rosa, mas cada um sabe da onde vem e o que mundo lhes pede.

Por quanto tempo os espinhos são necessários?