Racismo: indicações de filmes

Olhe ao seu redor, seu ciclo de amigos, colegas de trabalho ou escola, professores e a mídia. Quantas pessoas negras você viu ao seu entorno? Se você é uma pessoa branca, com sorte, pelo menos uma pessoa era negra. Mas acha que só saber disso basta para acabarmos com o racismo? Muito pelo contrário, perceber que, ao seu redor, há uma grande diferença de oportunidades devido a cor de sua pele é apenas o pequeno passo de uma grande jornada. Portanto, há uma série de coisas que podemos fazer para combatermos o racismo, você pode descobrir algumas coisas com essa thread que fizemos no Twitter da rádio. Outra coisa que podemos fazer é condicionarmos nosso pensamento, por pequenas mudanças, que são tão importantes.

Uma das pequenas mudanças que podemos fazer é assistir produções com diretores, e principalmente atores, negros. Só assim podemos ter uma pontinha do que é conviver em uma sociedade racista e que normaliza brancos, sendo alguém negro. 

Com tudo isso em mente, nós preparamos algumas produções que podem nos fazer nos movimentarmos contra o racismo. Confira a lista:

Pantera negra

A primeira produção dessa lista é de Taika Waititi, que fez muitos negros se emocionarem ao apenas ver o cartaz da produção, com apenas atores e atrizes negros. O longa baseado nos quadrinhos da Marvel, demonstra que não são apenas brancos que conseguem ter tecnologia avançada (e na humilde opinião dessa escritora aqui, é muito mais avançada que a de brancos desse mesmo universo).

Sinopse: 

Após a morte do rei T’Chaka (John Kani), o príncipe T’Challa (Chadwick Boseman) retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação. Nela são reunidas as cinco tribos que compõem o reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T’Challa logo recebe o apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri (Letitia Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong’o), a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás.

Corra!

O terror de vários negros passam pôde ser demonstrado nas telonas por meio de Corra!, pois podemos observar, que o racismo não é o ato de falar “não sou racista, tenho até amigos negros”, que é o que resume bem a obra.

Sinopse:

Chris (Daniel Kaluuya) é jovem negro que está prestes a conhecer a família de sua namorada caucasiana Rose (Allison Williams). A princípio, ele acredita que o comportamento excessivamente amoroso por parte da família dela é uma tentativa de lidar com o relacionamento de Rose com um rapaz negro, mas, com o tempo, Chris percebe que a família esconde algo muito mais perturbador.

Moonlight

Moonlight conta a realidade vivida por vários negros mundo afora, principalmente os mais pobres, ao mostrar casos de bullying e discriminação no decorrer do longa e também problematizar a difícil discussão sobre a criminalização de negros.

Sinopse:

Três momentos da vida de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do universo do crime e das drogas, este é um poético estudo de personagem.

Infiltrado na Klan

Baseado em fatos reais, o longa conta a história de um policial negro, Ron Stallworth, que se infiltra na organização Ku Klux Klan, que defende a supremacia branca. Um longa indispensável para se ver quando se pensa em combate ao racismo.

Sinopse:

Em Infiltrado na Klan, que se passa em 1978, Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro do Colorado, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Dessa forma, ele se comunicava com os outros membros do grupo através de telefonemas e cartas. Logo quando precisava estar fisicamente presente enviava um outro policial branco no seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron se tornou o líder da seita. Sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.

Django Livre

Com um elenco de peso, Tarantino consegue exprimir em sua obra o sofrimento que Django sofre após ser liberto. Assim, ele também mostra o cenário desse período transitivo da história americana.

Sinopse:

Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto cujo passado brutal com seus antigos proprietários leva-o ao encontro do caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Schultz está em busca dos irmãos assassinos Brittle, e somente Django pode levá-lo a eles. O pouco ortodoxo Schultz compra Django com a promessa de libertá-lo quando tiver capturado os irmãos Brittle, vivos ou mortos.

Ao realizar seu plano, Schultz libera Django, embora os dois homens decidam continuar juntos. Desta vez, Schultz busca os criminosos mais perigosos do sul dos Estados Unidos com a ajuda de Django. Dotado de um notável talento de caçador, Django tem como objetivo principal encontrar e resgatar Broomhilda (Kerry Washington), sua esposa, que ele não vê desde que ela foi adquirida por outros proprietários, há muitos anos.

Em suma, a busca de Django e Schultz leva-os a Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), o dono de “Candyland”, uma plantação famosa pelo treinador Ace Woody, que treina os escravos locais para a luta. Assim, ao explorarem o local com identidades falsas, Django e Schultz chamam a atenção de Stephen (Samuel L Jackson), o escravo de confiança de Candie. Os movimentos dos dois começam a ser traçados, e logo uma perigosa organização fecha o cerco em torno de ambos. Para Django e Schultz conseguirem escapar com Broomhilda, eles terão que escolher entre independência e solidariedade, sacrifício e sobrevivência.

Ó pai, ó

O primeiro longa nacional dessa lista, conta uma história que parece ser surreal, mas que pode estar acontecendo em qualquer lugar com menos qualidade de vida dentro de nosso país.

Sinopse:

Em um animado cortiço do centro histórico do Pelourinho, em Salvador, tudo é compartilhado pelos seus moradores, especialmente a paixão pelo Carnaval e a antipatia pela síndica do prédio, Dona Joana (Luciana Souza). Em suma, todos tentam encontrar um lugar nos últimos dias do Carnaval, seja trabalhando ou brincando. Incomodada com a farra dos condôminos, Dona Joana decide puni-los, cortando o fornecimento de água do prédio.

A falta d’água faz com que o aspirante a cantor, Roque (Lázaro Ramos); o motorista de táxi, Reginaldo (Érico Brás) e sua esposa, Maria (Valdinéia Soriano); o travesti Yolanda, (Lyu Arisson), amante de Reginaldo; a jogadora de búzios Raimunda (Cássia Vale); o homossexual dono de bar Neuzão (Tânia Tôko) e sua sensual sobrinha Rosa (Emanuelle Araújo); Carmen (Auristela Sá), que realiza abortos clandestinos e ao mesmo tempo mantém um pequeno orfanato em seu apartamento; Psilene (Dira Paes), irmã de Carmen que está fazendo uma visita após um período na Europa; e a Baiana (Rejane Maia), de quem todos são fregueses; se confrontem e se solidarizem perante o problema.

12 anos de escravidão

O longa explora a forma que os escravos eram tratados por seus senhores, com uma história muito importante para compreendermos a luta de escravos por sua liberdade.

Sinopse:

1841. Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) é um escravo liberto, que vive em paz ao lado da esposa e filhos. Um dia, após aceitar um trabalho que o leva a outra cidade, ele é sequestrado e acorrentado. Vendido como se fosse um escravo, Solomon precisa superar humilhações físicas e emocionais para sobreviver. Ao longo de doze anos ele passa por dois senhores, Ford (Benedict Cumberbatch) e Edwin Epps (Michael Fassbender), que, cada um à sua maneira, exploram seus serviços.

Histórias cruzadas

A história ambientada nos anos 60, demonstra muito bem a forma que o racismo assume na sociedade, negros servindo à brancos, mesmo após o “fim” da escravidão. Portanto, nos deixando a dúvida: será que a escravidão acabou mesmo ou só tomou outras formas?

Sinopse:

Jackson, pequena cidade no estado do Mississipi, anos 60. Skeeter (Emma Stone) é uma garota da sociedade que retorna determinada a se tornar escritora. Ela começa a entrevistar as mulheres negras da cidade, que deixaram suas vidas para trabalhar na criação dos filhos da elite branca, da qual a própria Skeeter faz parte. Aibileen Clark (Viola Davis), a emprega da melhor amiga de Skeeter, é a primeira a conceder uma entrevista, o que desagrada a sociedade como um todo. Apesar das críticas, Skeeter e Aibileen continuam trabalhando juntas e, aos poucos, conseguem novas adesões.

A Hora do Show

Uma crítica ao racismo toma forma de um programa televisivo que visava denunciar a forma que os negros eram, e por muitas vezes ainda são, mostrados pela mídia. Porém, toma proporções, quando o público não vê dessa maneira, mas sim como uma comédia.

Sinopse:

Pierre Delacroix (Damon Wayans) um escritor de séries de TV que não aguenta mais a tirania de seu chefe. Sendo o único empregado negro da companhia, Delacroix resolve propor a ideia mais absurda que conseguira imaginar, um programa de TV estrelado por dois mendigos negros que denunciariam o estereótipo e o preconceito do negro na televisão americana, exatamente no intuito de ser demitido. Mas a surpresa que o programa em questão não apenas se torna realidade como passa a ser um grande sucesso entre o público americano.

A Cor Púrpura

Um clássico do cinema que nos deixa sem ter o que falar sobre, se passa em 1909 e mesmo com um Ato de Emancipação de 1863, que libertou os escravos, ainda temos vários escravos na história, como a própria protagonista.

Sinopse:

Georgia, 1909. Em uma pequena cidade Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a “Mister” (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Portanto, grande parte da brutalidade de Mister provêm por alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de blues.

Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busia), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece. Com certeza, o macro do racismo.

Branco Sai, Preto Fica

Essa longa-metragem nacional conta a triste história de um baile de música negra com uma ordem clara dada por policiais ao encerrá-lo “branco sai, preto fica para apanhar”, mostrando o racismo da polícia de Brasília (leia mais sobre aqui).

Sinopse:

Tiros em um baile de black music na periferia de Brasília ferem dois homens, que ficam marcados para sempre. Um terceiro vem do futuro para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva.

Mississippi em Chamas

Com várias cenas fortíssimas, o longa conta as dificuldades da investigação de um crime e também a forma que o racismo está enraizado no sul dos Estados Unidos.

Sinopse:

Mississipi, 1964. Rupert Anderson (Gene Hackman) e Alan Ward (Willem Dafoe) são dois agentes do FBI que estão investigando a morte de três militantes dos direitos civis. As vítimas viviam em uma pequena cidade onde a segregação divide a população em brancos e pretos e a violência contra os negros é uma tônica constante.

Fruitvale Station – A Última Parada

O preconceito é visto em todos os locais da sociedade, e é isso que esse filme demonstra quando um jovem é preso e injustamente acusado de um crime que não cometeu.

Sinopse:

Estados Unidos, 2008. Oscar Grant (Michael B. Jordan) tem 22 anos e acaba de ser demitido do emprego por chegar constantemente atrasado. Ele esconde esta notícia de Sophina (Melonie Diaz), a mãe de sua filha, por achar que pode recuperar o emprego após conversar com seu chefe. Assim, bastante ligado à mãe (Octavia Spencer), Oscar enfrenta problemas quando resolve ir com Sophina ver as festividades de ano novo em San Francisco.

Os Panteras Negras: a vanguarda da revolução

A história de um dos maiores movimentos de resistência americano é descrita nesse filme, os Panteras Negras tiveram dois momentos, um de resistência armada contra a violência policial e outro de assistência aos negros afetados pela violência policial.

Sinopse:

Na década de 60, um grupo surgiu para lutar por mudanças: o Partido dos Panteras Negras. Fundada em Oakland, Califórnia, a liderança trouxe controvérsias para o debate sobre o racismo. 40 anos depois, eles seguem no imaginário popular. Em suma, este documentário traz diversas vozes que viveram essa história: polícia, informantes do FBI, jornalistas, simpatizantes, detratores, os que permaneceram fiéis ao partido e aqueles que o deixaram.

Xica da Silva

O filme que conta a história de uma escrava alforriada, não é só marco na história brasileira, onde podemos encontrar poemas, músicas e até ser tema de uma escola de samba, mas da forma que isso afetou a política e economia local.

Sinopse:

Segunda metade do século XVIII. Xica da Silva (Zezé Motta) era uma escrava que, após seduzir o milionário João Fernandes (Walmor Chagas), se tornou uma dama na sociedade de Diamantina. Dessa forma, ela passou a promover luxuosas festas e banquetes, algumas contando com a exibição de grupos de teatro europeus. Sua ostentação fez com que sua fama chegasse até a corte portuguesa.

Sinopses dos filmes retiradas de AdoroCinema.