As estradas rumam tortas desde quando o primeiro anjo caiu.
Caiu na terra, é fato. frio
O inferno é o pão velho que o senhor come nas calçadas imundas da capital.
Os vermes que passeiam pelo cadáver de mais um filho da rua.
O que dizer das balas que perfuram a carne inocente.
Os filhos da terra, saem do chão como capim seco.
E o fogo alastra igual o medo nas ruas. Queima, corre.
preso
Sinta o vento que balança os seus cabelos loiros, é o choro de mais uma criança sem
pai, onde seu futuro deságua na porta do acaso, largado a sombra do azar.
sozinho
Quem te pega pela mão é a maldade e te deixa na porta da vida. imundo
O que você faz com seu futuro não é mais escolha sua.
A brutalidade da fome escolhe o caminho que você vai andar.
Viver é uma batalha e ela vai te fazer cansar da luta.
Seu corpo vai dobrar diante do medo.
Vai doer.
queimando
É o caos que ordena a sorte, a confusão do ódio enraizada no peito.
Você não tem o que é preciso, ninguém pode remar contra.
A morte anda a espreita, desesperança e o aperto da dor.
A pobreza é uma dança lenta, e a ordem é o sonho de uma criança.
Ela me dizia: morto

– O que eu quero ser quando crescer? Astronauta! Bombeiro! Médico! Advogado! Artista!
Inventor! Presidente!
Veio então o tempo:

– O que eu quero ser quando crescer? Feliz!
silêncio
Você se sente sozinho?
É o silêncio te abraçando.
Você se senta sozinho?
É a falta de alguém.
Quem? Você.